quarta-feira, 1 de abril de 2015

the shot





E foi assim...
 O tiro de misericrdia foi dado numa esquina qualquer.
 dessas onde há muita gente, buzinas e confusão.
Estilhaços de um peito ferido foram espalhados pelo chão,
onde cachorros que passavam ali perto,
saboreavam ainda, aquele sangue fresco.

Ainda com o corpo imóvel, não se sabia se estava vivo ou morto!
E num suspiro, que lhe encheu os pulmões,
caminhou como se nada tivesse acontecido.
De fundo, em sua mente, tocava alguma musica melancólica.
E o por do sol alaranjado, tornava o momento funestamente lindo.

E assim foi andando, rindo meio chorando, sem saber o que pensar.
O sangue jorrava dor, palavras e sentimentos que iam se esvaindo a cada batida,
fraca e intensa daquele peito que já mal pulsava.

A cada passada, o rastro de sangue marcava o ponto exato de um alvo indefeso.
Encostou em uma parede, vendo que já não havia razoes mais para caminhar.
Sentou-se no chão. Por ali mesmo tragou o ar juntamente com um cigarro.
Encheu o peito oco, soltou um suspiro de dor.
Procurava onde se apoiar pra se reerguer. Não foi fácil.

Continuou sua caminhada, sentiu que seu peito já não mais sentia a brisa,
ou o calor daquele fúnebre por do sol.
Sentiu que haviam lhe arrancado algo, mas ainda não sabia o que.
E de repente a brisa lhe tocou suave e fria, como um beijo de despedespedida.

E ali, em meio a paredes, pessoas, zoadas e um cigarro...
Sentiu  despedir – se não só daquela brisa da tarde, mas de algo que nem mesmo sabia o que era!