E foi assim...
O tiro de misericrdia foi dado numa esquina qualquer.
dessas onde há muita gente, buzinas e confusão.
Estilhaços de um peito ferido foram espalhados pelo chão,
onde cachorros que passavam ali perto,
saboreavam ainda, aquele sangue fresco.
Ainda com o corpo imóvel, não se sabia se estava vivo ou morto!
E num suspiro, que lhe encheu os pulmões,
caminhou como se nada tivesse acontecido.
De fundo, em sua mente, tocava alguma musica melancólica.
E o por do sol alaranjado, tornava o momento funestamente lindo.
E assim foi andando, rindo meio chorando, sem saber o que pensar.
O sangue jorrava dor, palavras e sentimentos que iam se esvaindo a cada batida,
fraca e intensa daquele peito que já mal pulsava.
A cada passada, o rastro de sangue marcava o ponto exato de um alvo indefeso.
Encostou em uma parede, vendo que já não havia razoes mais para caminhar.
Sentou-se no chão. Por ali mesmo tragou o ar juntamente com um cigarro.
Encheu o peito oco, soltou um suspiro de dor.
Procurava onde se apoiar pra se reerguer. Não foi fácil.
Continuou sua caminhada, sentiu que seu peito já não mais sentia a brisa,
ou o calor daquele fúnebre por do sol.
Sentiu que haviam lhe arrancado algo, mas ainda não sabia o que.
E de repente a brisa lhe tocou suave e fria, como um beijo de despedespedida.
E ali, em meio a paredes, pessoas, zoadas e um cigarro...
Sentiu despedir – se não só
daquela brisa da tarde, mas de algo que nem mesmo sabia o que era!
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